17 de outubro de 2012

Mundo do Trabalho Precarizado – Por uma luva de R$1,00, a trabalhadora perdeu a mão!

Um conto que não é de fadas, mas sim de tragédia, onde custou a ferramenta preciosa do ser humano, a mão, essa que a evolução moldou, e assim nós tornamos a espécie animal mais adaptável e transformadora da natureza, porém a exploração e á falta de humanidade do sistema capitalista, levou a mão de uma trabalhadora e prejudicou o seu filho, por causa de um investimento em proteção individual (Luva, Jaleco, óculos de segurança e botas).
Vale lembrar que o custo da luva certificada e de R$1,00 no varejo, e a multa por não instituição dos EPIs é de 10 mil reais e mais mil reais a cada funcionário, e se em 30 dias as exigências não forem cumpridas, a multa será aplicada e tende a aumentar conforme o tempo.

EPI - Corroída pelo trabalho
12/10/12

Funcionária da Aspe teve a mão direita amputada devido ao contato, sem nenhuma proteção, com produtos químicos.

Com os dedos da mão direita amputados na tarde de ontem, Ana do Carmo Dias de Magalhães, 36 anos, nunca recebeu um salário ou foi registrada na Associação dos Servidores da Prefeitura de Cuiabá (Aspe), onde trabalhava com o marido, Marcos Martins Barbosa, 38.

Responsáveis pelos serviços gerais do local, Barbosa contou que eles mexiam com cloro puro para limpar os banheiros e demais lugares. Ele afirmou que não tinham nenhum equipamento de proteção, como luvas e botas, para evitar o contato dos produtos com a pele. “Pra limpar os vasos sanitários a gente colocava um saco plástico para proteger e limpava com a mão mesmo, nem aquela escovinha tinha”, disse Barbosa.

Há dois meses, enquanto realizava um trabalho na Aspe, Ana foi picada por um maribondo. Desde então, o contato do ferimento com os produtos químicos fez sua mão inchar e “apodrecer”. Depois de fazer exames médicos, descobriu-se que ela tinha diabetes, o que dificultava a cicatrização.

Ana e o marido foram demitidos do local. Segundo Marcos, ele recebeu os meses de trabalho, porém não teve nenhuma assistência e nenhum documento assinado. “Eles falaram que o clube ia ser fechado pra reforma e que não precisava mais de caseiro, e por isso estavam me mandando embora”, contou.

Quando foi contratado, Marcos esclareceu que não tinha nenhum documento para ser registrado, mas que a carteira de trabalho de sua mulher seria assinada. Segundo foi combinado, a Aspe lhe daria assistência para providenciar os documentos. “Mas eles não fizeram nada disso. Eu entrei nesse emprego especialmente pra conseguir isso, mas foi tudo em vão”.

Há vinte dias internada no Pronto-Socorro de Várzea Grande, Ana teve ontem dedos da mão direita amputada. Segundo o marido, a mão esquerda também está bastante debilitada, inchada e com pus. Ele contou que não vê seus quatro filhos desde que a mulher entrou no hospital, pois não tem condições de viajar.

Marcos ainda ressaltou que seu filho mais velho, com 12 anos, está com várias feridas nos pés por ter ajudado a lavar o local sem nenhuma proteção. “Eu fico sentido por minha mulher. Ela nem consegue dar banho no nosso bebê, perdeu os movimentos da mão. Fico muito triste por ela”, disse ele.

A família, composta por Ana, o marido e os quatro filhos, morava em uma casa que ele descreveu como “muito apertada”. No momento, Marcos está desempregado, pois disse que não tem como deixar a mulher no hospital. “Eu tenho gastos com o aluguel da casa, alimentação, transporte, mas não tem como arrumar serviço porque tenho que ficar no hospital com ela”, disse.

Fonte: http://www.viaseg.com.br/noticia/13576-epi__corroida_pelo_trabalho.html

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