6 de março de 2012

Adeus Lênin! Nostalgia ou melhor ostalgie, dos tempos do Muro! RDA ou DDR

Em 1989 a 1991, foi o tempo de mudanças profundas no mundo, principalmente no bloco Comunista real liderado pela URSS, que antes dividia com os EUA o posto de superpotências "antagônicas". 
A União Soviética tinha uma centralização total da economia no estado, o planejamento era totalmente estatal e em muitos aspectos era militarizado, assim sendo tinha que ter uma burocracia para fazer tudo isso, é nesse aspecto que podemos dizer que existia uma luta de classes dentro do país, porém essa burocracia só tinha o poder e a economia era dividida para todos os indivíduos, com um fim de que todos deviam ter os mesmos direitos.
A RDA (Republica Democrática da Alemanha) com a morte do ditador Stalin, não era mais obrigada a ser auto-suficiente, então podia se especializar nos seus produtos e trocar com os outros países, fazendo reviver a lei da procura e oferta. Com o passar dos anos a RDA ficou muito dependente do bloco comunista, e assim qualquer crise podia afetar a todos. Etretanto no lado da Alemanha ocidental (RFA - Republica Federal da Alemanha), era inundado de capital e de tecnologia, fazendo com que eles se desenvolveram a passos largos em todos os campos (excluído o social), as potencias capitalistas criaram um país parque do capitalismo, para que os alemães orientais (comunistas) vislumbrasse a liberdade de consumir e todo o apogeu do capitalismo, em contraste com a sua vida calma e constante.
 

No final dos anos 1980, viu as políticas de perestroika e glasnost, que serviu para quebrar o totalitarismo e infiltrar nas mentes das pessoas os valores capitalistas, e como um passe de mágica, o muro de Berlim caiu, deixando livre a passagem de um lado para o outro, e também os valores da propaganda e assim a RDA votou na unificação (anexação ou compra) com a RFA, e também unificaram a moeda dando paridade de 2 para 1 da moeda capitalista, fortalecendo a idéia de bonança  e consumo e assim todos ficaram felizes para sempre. Mentira, pois com o passar dos anos a ex: RDA foi totalmente privatizada, e seu parque industrial virou ferrugem, destruindo o pleno emprego dos alemães orientais (dos 4,5 milhões de empregos, só sobraram 1,5 milhões, é a maioria das fabricas fechadas, forma motivações politicas, pois elas poderiam competir com as do lado ocidental) e assim foi diminuindo mais de 30% do PIB, gerando uma taxa de desemprego de 0 para 20%e com uma divida de 250 mil milhões,  logo os serviços sociais (aposentadoria, educação, moradia, esportes e saúde) forma destruídos ou sucateados, forçando a alta migração para RFA a fim de sobreviver e por isso as cidades estão se tornando fantasmas, tentando apagar a RDA. Já no lado da RFA também está com problemas, pois eles estão culpando os orientais de ter roubado os empregos e de ter consumido muita riqueza da RFA na unificação. Com tudo isso os ex: RDA estão cada vez mais querendo e consumindo um sentimento chamado "ostalgie", que nada mais é a nostalgia da RDA comunista e por isso começa a ser realizado debates e analises sobre o antes e o agora, deixando um produto muito bom para a compreensão da historia, pois só escutamos o lado vencedor.

Símbolos da RDA sendo destruídos.
 
Segue um filme que enfatiza esse sentimento da ostalgie, o famoso Adeus, Lênin!

Seria muito difícil e complicado pensar como seria se quando dormir estaria na sua pátria que você ajudou a construir e quando acorda ela não existe mais, foi tragada pelo o inimigo que jurou luta, essa é trama desse maravilhoso filme, que mostra um pouco como era a RDA e como foi à unificação coma RFA, para formar a Alemanha unida.


Mais sobre o sentimento da ostalgie pelos proprios Alemaes, podemos ater refletir sobre a nossa situação, pois somos capitalistas.

O último presidente da RDA, Egon Krenz, a quem essa onda deveria alegrar, se faz de rogado. Em sua casa modesta no Báltico, o ex-prisioneiro evoca de início o reverso da medalha: não um “trabalho de memória”, mas uma “caricatura” que “ridiculariza a vida na RDA”. Stefan Arndt, o feliz produtor de Adeus, Lênin, recorre ao mesmo termo: “Faz-se uma caricatura: ‘Ah, como era ruim aquela coca! E eles não tinham bananas! E seus horríveis papéis pintados! Ha, ha, ha, vamos rir!’ Nenhuma palavra nesses ‘shows’ sobre a vida real”.

Analise sobre o papel das mulheres;


E as mulheres? Saíram ganhando? “O modelo do Leste era a mulher trabalhadora, no Ocidente é a dona de casa”, lembra Inge Dolling, professora na Universidade de Potsdam. Também na RDA o grosso das tarefas domésticas cabia a elas. Mas o crescimento do desemprego conjugado com o desmantelamento das creches minou a liberação – relativa – pelo trabalho: “Na RDA, 86% das mulheres trabalhavam, e hoje não passam de 56%.” E a fertilidade das alemãs orientais diminuiu pela metade em quinze anos, chegando ao nível de 1929! Diz Stefan Arndt: “Entre nós, as mulheres sozinhas com crianças se saíam bem. Agora, elas estão ameaçadas de mergulhar na pobreza. Mesmo quando se consegue uma vaga numa creche, esta abre às 9 horas e fecha às 14. Quem consegue viver trabalhando 3 ou 4 horas?”

Uma pesquisa de opinião;
 

Segundo pesquisa do Instituto Emnid, 49% dos 1.208 alemães responderam que o país  ”tinha problemas, mas no geral sobreviveram bem”.  Acrescentando os 8% dos entrevistados nos novos Länder que acreditam que “a RDA tinha majoritariamente lados bons e que viveu feliz e melhor do que na Alemanha reunificada de hoje”, chega-se a conclusão que há um total de 57% de alemães orientais que defendem o legado do ex-Estado comunista. Em contrapartida, no oeste, três quartos dos entrevistados têm uma opinião negativa da ex-RDA. Para 52% dos entrevistados, a antiga Alemanha do Leste tinha aspectos “quase negativos” e 26% acreditam que eram “mais negativos do que positivos.” (Escita por Maria Raquel Lins).


Links para compreender melhor a RDA.
http://direitoadministrativoemdebate.wordpress.com/2009/06/28/nostalgia-da-antiga-rda/
http://diplo.org.br/imprima966. (o melhor)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alemanha_Oriental
http://www.brasil.diplo.de/Vertretung/brasilien/pt/07__Aussenpolitik/Fotoausstellung__Mauerfall.html?offset=45

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